CFC participa de workshops realizados em parceria com o CESAR School
Cerca de 50 profissionais do setor de educação do Recife participaram, na última quarta-feira (24), no CESAR School, no Recife Antigo, zona central da cidade, do evento EDUCAR, promovido pelo CESAR, em parceria com o CFC, com o objetivo de discutir temas relacionados à inovação, empreendedorismo e startups, envolvendo resolução de problemas e pensamento crítico. O evento foi dividido em dois momentos: um workshop com a Analista Educacional e Especialista do CESAR, Juliana Araripe, que abordou o uso da metodologia ativa na resolução de problemas, com foco no método Problem Based Learning (PBL); e o workshop Inovação & Empreendedorismo na escola, que contou com um debate entre os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luciano Meira e Marina Pinheiro, e da consultora do CESAR School, Walquíria Castelo Branco, que foi a mediadora do debate. O empreendedor Arthur Padilha também participou da roda de conversa expondo cases de sucesso relacionados à tecnologia e educação. O encontro teve ainda a participação da professora Adriana Martinelli, que atua na Universidade Braz Cubas, em São Paulo, e veio ao Recife exclusivamente para participar do workshop. Diretoras, coordenadoras e professores do CFC também marcaram presença no evento.
Para a diretora de Marketing e Novos Projetos do CFC, Gláucia Lira, o cenário educacional vislumbra uma grande mudança conceitual da inovação dentro da sala de aula. “O CFC tem interesse em promover esse incentivo aos professores no sentido de repassar a forma de aprender. O pensamento computacional e os códigos são desafios que precisam ser desbravados”, destacou. Segundo o professor Luciano Meira, é necessário repensar os discursos que organizam o pensamento sobre a escola e os ambientes de aprendizado em geral. “Precisamos repensar as operações nas quais as escolas implementam os discursos. Nesse sentindo, penso sempre em uma arquitetura pedagógica que possui quatro camadas: inovar os cenários, as pessoas, as experiências e as redes”, pontuou.
Para a professora de Psicologia da UFPE, Marina Pinheiro, a significação é um processo afetivo, que, a partir de uma experiência inquietante, desenvolverá sempre uma necessidade de resposta. “A epidemia de suicídios, já que estamos falando dos jovens, ressalta justamente a dificuldade desse jovem em ter a sua subjetividade reconhecida, pois vivemos em uma sociedade que, cada vez, repete mais e cria menos. A gente compartilha e repassa muita informação, mas isso ainda é muito diferente das situações em que o jovem é convocado a produzir sentidos”, analisou.
O empreendedor na área de Tecnologia da Informação, Arthur Padilha, explica que problemas nascidos nas escolas ou fora delas podem gerar possibilidades de negócios. “Precisamos criar soluções tecnológicas off-line ou online que vão trazer uma experiência melhor àquele estudante para que ele tenha uma trajetória na educação mais efetiva”, comentou.
Para Adriana Martinelli, desenvolver o professor e não apenas formá-lo é solução imprescindível para o êxito no ensino. A professora citou um estudo que destaca que 54% dos professores, dos dois milhões e duzentos mil professores atuantes no Brasil, nunca tiveram uma disciplina na graduação relativa às metodologias contemporâneas; e 70% não fizeram nenhuma formação complementar. “Na hora em que começamos a pensar em desenvolvimento profissional, o professor precisa observar em si mesmo, formas de desenvolvimento. A escola é também um local de aprendizagem para o professor, que precisa se reinventar”. Após as explanações dos palestrantes, gestores educacionais e educadores puderam fazer perguntas e tirar dúvidas sobre o assunto.