Ensino híbrido: o CFC já deu início ao alicerce para o futuro.
Embora o assunto tenha ganhado visibilidade em todo o país neste momento em que se vive as mudanças impostas pela pandemia mundial do novo coronavírus, o ensino híbrido já é discutido no Brasil há cerca de seis anos, quando, em 2014, especialistas em educação se reuniram - inspirados neste novo modelo de ensino - para fazer experiências em escolas públicas e privadas brasileiras. “O ensino híbrido é um modelo de educação formal que mescla dois modos de ensino: o online e o offline”, esclarece o professor Fernando Trevisani, mestre em tecnologias educacionais e pós-graduado em educação inovadora.
Avançando um pouco mais nesta sucinta definição, o especialista explica que no modo online, o aluno estuda sozinho, aproveitando o potencial das ferramentas tecnológicas disponíveis; já no modo offline, ele estuda em grupos, com professores e colegas, e em ambientes diferentes. “Em off, o aluno estuda valorizando a interação e o aprendizado coletivo e colaborativo”, destaca ele.
Um dos organizadores do livro Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação, Trevisani foi convidado pelo CFC para falar sobre o assunto para coordenadores e professores do colégio, já que a instituição vem em processo de implantação do modelo desde que se tornou uma escola smart. “Na minha opinião, professores, alunos e pais precisam ainda percorrer um longo caminho de amadurecimento para enfrentar a quebra dos paradigmas até que o ensino híbrido esteja implantado na rede de educação pública e privada no Brasil”, prevê o professor Yan Costa, que ensina filosofia e história para as turmas do 6º ao 9º anos do Fundamental e é pós-graduando em tecnologias do ensino.
Apaixonado pela tecnologia, ele reconhece que o CFC está com o pé do ensino híbrido. “A escola, que já estava se preparando para isso, apenas apressou o processo por causa da pandemia que nos obrigou a sair temporariamente da sala de aula presencial, mas os alunos do CFC são estudantes engajados e respondem muito mais rápido às aulas com ferramentas tecnológicas”, conclui.
Colega de trabalho dele no CFC, a professora Karina Silva, que ensina às turmas de 3º ano do Fundamental, diz que tudo foi compulsoriamente muito rápido. “Dormimos em um mundo analógico e acordamos em um mundo digital. Nós professores aprendemos em pouquíssimos meses o que levaria anos”.
Mas ela entende que é desta forma, com o uso abrangente da tecnologia, que o professor consegue engajar os alunos do século XXI. “Esses estudantes, diferentemente de nós, já nasceram em um ambiente tecnológico e quem ainda persiste nos métodos analógicos não consegue dialogar com eles. Atualmente, trabalho com games, disputas e rankings, e assim reviso conteúdos e avalio o aluno”, explica.
A professora Ana Cláudia Bravo, coordenadora do Ensino Fundamental 1, foi uma das organizadoras da palestra com o professor Fernando Trevisani. “Aqui no CFC já temos uma forma diferente de ensinar porque respeitamos o desenvolvimento do aluno, bem como no ensino híbrido, modelo cuja aprendizagem é construída pelo próprio aluno, ou seja, ele é protagonista e constrói a aprendizagem de acordo com a própria experiência”, destaca Ana Cláudia.
Apesar de concordar que este é um caminho sem volta, ela é uma entusiasta do ensino híbrido, mas acredita que tem uma longa jornada até que se consiga uma plena mudança de cultura para a implantação do modelo no país. “A pandemia nos ajudou a acelerar um processo já iniciado no CFC porque já combinamos várias ferramentas de ensino em ambientes diferentes para auxiliar na aprendizagem do aluno”, finaliza.
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